Violaste-a. Rompeste-lhe a alma. Rasgaste os seus tecidos vaginais, a sua pele, o seu orgulho, o seu ser. Deixaste-a banhada em lágrimas, sangue e semén. Deixaste-a ali largada. Cuspiste-lhe na cara, em cima, com despeito do corpo que fodeste sem dó nem piedade, sem respeito, sem uma ponta de humanidade de um monstro como tu! No virar de uma esquina donde só as sargentas imergem porque nem as ratazanas do esgoto surportaram tamanha bestialidade só denunciada, a custo, pelos gemidos aflitos dessa mulher. É morena? É loira? Ruiva? A raça? Isso importa?!
Mataste depois... minutos após teres fumado o teu charro ou a tua ganza, a tua droga!, depois de teres vestido as calças, o único som que aquela mulher podia ter ouvido foi o fecho ecler dessas calças sebentas de ganga barata e fedorenta. Mataste-a por dentro. Mataste-a depois com as tuas próprias mãos. Viste-a agonizar e aquilo deu-te gozo. Ninguém viu.
As putas da esquina deram com ela sem querer quando iam cobrar um serviço rápido e barato a meio da madrugada. Ligaram o 112. Todas as que viram aquela mulher ensaguentada, de roupas rasgadas, cara desfeita, apenas uma ficou. Enquanto a justiça dos homens tardava a chegar, essa puta de rua rezou-lhe um Pai Nosso e uma Avé-Maria, fechou-lhe os olhos, tapou-a com o seu casaco de peles comprado na feira da ladra. E esperou.
1 comentário:
Adorei esta descrição, se não é ser-se malvado, ao dizer "adorei", dado tamanha miséria, que éa violação sexual.
Postei o link no meu blog, só para que vejas como gostei do teu texto.
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