11 setembro 2009

Estava eu, esta manhã a tomar o meu pequeno-almoço, na pastelaria do costume a ver os desenhos-animados, a ver as pessoas, a dona da pastelaria divertida com um anúncio numa revista da venda de uma réplica da espada dos Templários que ainda mede 1,18m!... quando o pasteleiro espirrou!! Ouviu-se mesmo um som estridente: "Atchiiiiiiiimmmm!!!"; e vá-se lá saber porquê lembrei-me deste tão famoso virús da gripe H1N1.

Por momentos vi a senhora que estava ao balcão, e que acabara de fazer o seu pedido, olhar tão depressa para o interior da pastelaria, que achei que em poucos segundos a senhora sairia a correr de mãos no ar e aos puxões no seu cabelo, aos gritos, em plena loucura e histeria por causa de um eventual contágio, só pela forma como reagiu! A expressão na sua cara de alerta...!

Felizmente, no dia antes, na mesma pastelaria, dei comigo a dar atenção à conversa entre uma cliente e a dona exactamente sobre o que falo agora: o virús da gripe H1N1. Curiosamente, a desconhecida, sem saber o que eu pensava do assunto porque nem sequer abri a boca (mal conseguia abrir os olhos de cansaço), disse literalmente aquilo que eu penso sobre este assunto: que se trata de um virose gripal tão "normal" quanto o outro excepto em pequenos sintomas; mas até isso é relativo uma vez que cada pessoa é uma pessoa e o corpo de cada um reage de maneira diferente a cada situação.
O que ela não disse foi o que, na verdade, me assusta realmente. Eu não estou livre de contrair essa gripe, de maneira nenhuma, posso evitar a forma mais directa - não saindo do país -  mas não tenho como evitá-lo numa via secundária. Quando tal acontecer, esperemos que não, eu pelo menos espero, preocupa-me a falha do sistema nacional de saúde nas urgências, na linha24 que, dia após dia, sempre vamos ouvindo reclamações por falta de assistência da parte desta, a medicação - afinal o que é o Tamiflu? Que outra medicação me receitarão?

Como vêm, não é o contágio que me assalta a mente mas sim o pós-contágio.

Teremos de aguardar para ver o que acontece e decidir na altura as medidas a seguir e não tomar consciência diariamente de quantos casos já foram denunciados pelos media; até porque quantos casos de gripe sazonal são denunciados anualmente todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos?
"-Ei Louca!! Beija-me a boca!!"
Ela olhou, não comentou, não objectou, seguiu em frente.


Ele ficou perplexo sem saber se dizia alguma coisa ou se nem por isso...
Ela seguiu caminho no seu passo andante dançando as ancas numa melodia imaginável...


Ele ficou ali especado a olhar.
Ela voltou a olhar para trás...


(..ele corou!!)


... e lançou-lhe um olhar de desafio
que ele não conseguiu resistir.


***

Há coisas que são mais fortes que a razão humana; até os mais loucos afirmam que "O coração tem razões que a própria Razão desconhece", ou que seja um incentivo ou uma confirmação, as grandes histórias da vida acontecem em fracções de segundo!

09 setembro 2009

"A ESPERANÇA ESTÁ ONDE MENOS SE ESPERA"

"A ESPERANÇA ESTÁ ONDE MENOS SE ESPERA" é o novo filme de Joaquim Leitão. Mil desculpas ao realizador mas não é do filme que vou falar mas sim do título!!

Amélia e o namorado,chegara a casa dos amigos que fizera recentemente, a um Domingo à noite como era já habitual à alguns meses. Sentou-se à mesa, conversou com eles, brincou com os miúdos, bebeu café.

Pegou no jornal local que estava em cima da mesa e folheou-o apenas por curiosidade, porque não é capaz de resistir a uma folha em branco ou a uma meia dúzia de palavras escritas, não lhes consegue ser indiferente; não é que seja mais forte que a vontade própria dela - faz parte dela!

Sem procurar nada, sem esperar sequer, viu o grande anúncio àquela instituição que apelava ao seu interior desde sempre. Era uma anúncio grande, rectangular, as letras num tipo literário muito recto, em cores de vinho tinto, embelezadas pelo rascunho arquitectónico no canto superior direito. Falava num concurso sem grandes pormenores apenas com o endereço elecrónico e a página online. Sorriu...

No dia seguinte ligou o computador, abriu a janela do Google, escreveu as palavras-chaves e clicou no primeiro endereço daquilo que procurava... pormenores... abre aqui, fecha ali... contacto!

Pegou no telemóvel e digitou o número de telefone da tal instituição a fim de esclarecer-se sobre outros pormenores que não vinham no regulamento.

Passaram-se meses... Amélia aplicou-se... Cada hora que tinha não a deixava passar em vão, se não tinha consigo os seus manuscritos, aproveitava para ir paginando, editando e melhorando o aspecto, o tamanho e o tipo de letra...

Amélia parecia uma menina pequenina com um doce na mão! Os olhos brilhavam-lhe numa luz tal que enternecia o coração de qualquer um, que acabava também por sentir o mesmo entusiasmo que ela...

Agora, que o trabalho destes meses idos está prestes a dar frutos, Amélia aguarda com uma esperança tão inocente e tão bem guardada no meio do peito que dá gosto ver o carinho dela por aquelas linhas simples das sebentas que traz consigo desde gaiata.

07 setembro 2009

OBRAS INÉDITAS

Amélia ligou o computador no outro dia.
Esfregou as mãos, frente ao ecrã, mordeu a língua e respirou fundo! Começou teclar!
Escreveu, escreveu, escreveu... todos os dias mais um bocadinho, mais uma letra, uma palavra, uma linha, uma página!

Dia após dia foi-se enchendo de coragem para imprimi-lo semanas mais tarde! A inspiração e a excitação da aventura levou-a a acreditar que tudo seria possível mesmo as hipóteses mais remotas, pelo menos naquelas duas horinhas que passava à secretária, ali sentada...

Entretanto, depois de vários dias de formatação e edição da "obra inédita", voltou novamente ao pc, ligou a impressora, instalou a pen, reviu uma última vez e dirigiu a seta para o pequeno simbolo da impressora. A impressora deu-lhe  aquele sinal estridente, tinha recebido a ordem.

Uma folha, duas, folhas... a primeira impressão terminou nas cento e nove páginas.
Ooops!!!! Eram cento e dez!... Oh não!... Grande catástrofe! Sentiu-se como se tivesse sido apunhalada por ela mesma!!

 Respirou fundo mais uma vez, de maneira a sentir-se mais calma, emendou o errou (quase insignificante) e retomou a impressão...

***

A maior decepção que se sofre acontece sempre que as espectativas ultrapassam a noção da realidade... Quando algo corre mal ou se desvia da linha, qualquer coisa, mesmo a mais despercebida, assemelha-se sempre a uma grande catástrofe!!
Por ora, os ponteiros continuam a contar, não acabou ainda o tempo, a ampulheta ainda está longe de ser virada, há que continuar a impressão.

... No fundo, no fundo... Amélia acredita! Apesar dos obstáculos continua a apegar-se às letras e chama por elas todos os dias. E acredita naquilo que ela considera até ser um disparate. Não e só o "amor que é o maior disparate do mundo", mas enfim!! É uma tola!! Uma grande tola esta menina pequenina!



Mais tarde, à moda antiga, muito, muito antiga, Amélia senta-se à secretária - já a noite irá longe - não com a companhia de uma vela de cera quase sem cera como ela gostaria mas Amélia olha as estrelas lá no alto azul-escuro do céu, respira fundo e escreve. O quê? Qualquer coisa... o que lhe vai na alma, provavelmente, ou algo que viu, algo que lhe tocou profundamente, sei lá eu! Eu nem sei do que falo!!