Aqui fica uma confissão para quem ainda não sabe: adoro livros!
Ontem fui à Bertrand comprar um livro para um menino que fez anos ontem, também. Estava indecisa que livro comprar - hoje em dia é tão raro uma criança ler e gostar disso, que deixamos de olhar para a parteleira Infanto-Juvenil.
Claro que, a minha memória não me falhou, e numa folha rabisquei alguns exemplares que me construiram como pessoa que sou hoje, na infância - O Pincipezinho de Antoine Saint-Exupery; A Nau Catrineta que tem muito que contar de António Torrado; e recordava-me vagamente da história de uma estrelinha roubada do céu, O Velho e o Mar (perdoem-me a falta de memória, não me lembro do autor deste livro), e do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá, de Jorge Amado.
Não há amor como o primeiro e lá escolhi O Principezinho!
Que história linda!! Até comprei dois livros - um para mim e o outro para oferecer ao tal menino, já agora muitos parabéns Gonçalo!
Ontem à noite enquanto esperava pela minha mãe, depois do trabalho, peguei logo nele e comecei a matar saudades do aviador infeliz e do menino que queria que ele lhe desenhasse uma ovelhinha bonita.
Ao fim de uns capítulos surgiram os embondeiros e aí, confesso que já nem me lembrava deles nem o quanto preocupavam o menino; já não me lembrava de muita coisa, de muitas historinhas.
Mas gravei o essencial na memória: os valores morais, os sentimentos, a verdade simples das coisas e como as complicamos, "gente crescida!"
Ora hoje, então, fui ao google fazer uma pesquisa rápida sobre essa coisa coisa desconhecida que tanto preocupava o Principezinho: embondeiros. São umas árvores originárias da África mas dizem que também existe na América do Sul e no sul da Austrália, lá do outro lado do mundo. São enormes em comparação com a nossa humilde figura humana (como se vê na foto) podem alcançar 30 metros de altura e medir 10 metros de diâmetro; parece que vive milhares de anos mas não passa de uma teoria uma vez que a idade de uma árvore é medida pelos anéis de crescimento em torno de si, coisa que não existe no embondeiro, ao invés possui fendas tão distantes entre si que permite o acesso a qualquer um ao seu interior para o bem e para o mal, pois há quem os use para fazer de celeiro e outros há que o transformam numa prisão ou numa sepultura.
Seja como for, o embondeiro é uma peça da Natureza bastante magestosa e digna da nossa admiração e respeito.
Há, no entanto, uma lenda africana que conta que esta foi castigada pelos Deuses devido à sua inveja pelas outras árvores ao seu redor, tendo sido o seu castigo virada a sua copa para terra e enterrada assim, com as raízes viradas para céu aberto, consequentemente. Uma lenda que não deixa de ser curiosa quando estamos perto dos embondeiros, principalmente fossilizados ou quando nos presenteiam com as suas flores raras com um cheiro horrível como que podres.
Já agora leiam O Principezinho!!! É lindo!!!
Se não fizerem mais nada de jeito, que façam ao menos isto: leiam-no! Quem já o leu, que o releia - vale realmente a pena. Nem que seja ás escondidas!