21 outubro 2009

MULHERES

Eu não tenho medo!!
O meu sangue é veneno
                     e eu vou em frente!

Sem armas, sem cavalo,
hei-de subir as ameias daquele castelo
                e matar o mouro,
                             mostrá-lo a quem quiser ver.

Serei vento, serei tempo,
               donzela vestida com meias de liga,
                           cortesã sem quaisquer maneiras.

Serei louca, serei mouca
e na mão, o pano do estandarte,
             que levanto aos céus para que se veja bem ao longe,
é feito dos véus rasgados
      dessas meninas tímidas
de fatos molhados entre as pernas.

Quando a alvorada for denunciada
           pelo galo pomposo da quinta
                     as quinas estarão bordadas no regaço
                                        dessa guerreira, dessa rameira, dessa mulher,
                                                       que luta por tudo até ao fim.

20 outubro 2009

Chuva

Chove a potes!! Mas chove mesmo a sério!!!

Levantei-me mais cedo hoje mas enquanto estive deitada na cama a ganhar coragem, a fazer ronha, não me apercebi de que chovia sequer... gosto tanto de estar deitada na minha cama a ouvir chover...

Bem... levantei-me, vesti-me, tomei o pequeno-almoço e dei uma corrida até ao carro - gesto comum a muita gente que não tem o carro na bela da garagem - debaixo desta chuva que madrugou com o dia de hoje...

Não 'tá frio!! (ao menos isso)

mas chove mesmo a sério...

19 outubro 2009

tpm?!

Acordei de manhã com um dor de cabeça insuportável. Na verdade, é tão insignificante, que nem se pode chamar de dor mas de uma moinha, uma pressão constante, tão insignificante que é. Todavia não deixa de incomodar.

Vai e vem...

... fecho os olhos, e ela permanece lá na mesma, constante.

Estou sem paciência.

Apetece-me deitar um pouco na minha cama, tão bem feita pela manhã, sem uma ponta desalinhada (ao contrário do meu próprio cabelo), com os estores fechados até cima, sem um único buraco a atrever-se deixar passar a luz do dia, a porta fechada e o silêncio em redor.

Apetece-me fechar os olhos lá... entregar-me ao cansaço nos lençóis de flanela, deixar-me adormecer. Dormir até amanhã de manhã.

Sinto as minhas olheiras a inchar e pesarem-me a expressão da cara...

... olho-me ao espelho e o reflexo não é tão-pouco convidativo...

... ao fundo da barriga tenho aquela dor do final das três semanas idêntica áquele mau-estar de domingo à noite, antes de ir dormir...

... vou à casa de banho com um penso no bolso mas as minhas cuecas estão intactas, quase imaculadas como as de uma virgem!

(há-que ser irónica nestas horas)

Quero ir para casa!!! Se não puder ir para a minha cama mais cedo, quero o meu duche quente!!!!!