25 setembro 2009

comichão na mão

Há quem diga que sentir uma coceira na palma da mão que é sinal que se vai receber dinheiro.
Pois eu vou contar-vos uma história:

Era eu miuda quando recebi uma bicileta como deve ser: vermelha, grande, com mudanças, toda xpto, andava todos os dias com ela para trás e para a frente, fazia cavalinhos (pequeninos), andava sem uma mão, depois sem a outra, depois sem nenhuma, para trás e para a frente...

Ora o tempo passou-se, já lá iam largos meses quando comecei a sentir uma ligeira comichão nas mãos, entretanto, com o avançar do tempo, a simples comichão foi-se intensificando até que não conseguia evitar.

Ora, sem contar com tal coisa, ouvi sem querer - sempre fui uma criança curiosa mas nunca codrilheira - uma conversa entre umas velhotas, sentadas à soleira, de chapa ao so,l dizendo que "comichão nas mãos era sinal de dinheiro", achei piada à crendice das velhotas. Peguei na bicicleta e continuei a pedalar.


Como a comichão não passava os meus pais resolveram levar-me ao médico de família e explicar o caso, e no meio de tantas perguntas, a minha resposta revelou-se a solução do meu problema: " - alergia!!!", disse o drº à minha inocente deixa de andar de bicicleta;"- isso é alergia aos punhos da bicicleta!!"

Voltámos todos para casa, eu mais esmorecida que nunca, já que além de não me ter aparecido dinheiro nenhum ainda fiquei com uma alergia aos punhos da bicicleta nova, vermelha, grande, com mudanças, toda xpto...

Vi-me metida numa espécie de ensaio: x de dias sem andar -  não sei se para testar a teoria do médico de família, se para prevenir a continuidade da alergia e a sua propagação...

Escola Secundária da Lourinhã

Há coisas que custam muito.
Uma delas é vermos destruído um edifício que nos traz à memória boas e grandes recordações.
Quando ontem, ao virar da esquina, me deparei com a falta de um volume que era suposto ali estar, foi um choque quando me apercebi de que se tratava do Bloco A da Escola Secundária...
Vi por momentos as lágrimas, os risos, as piadas, as experiências, todas ali de uma só vez, desfeitas nos destroços desse edifício entre cimento e tijolo, bocados de tinta lascados soltos no chão e uma poeira no ar, não sei se a abençoar, se a assombrar... (eu pelo menos fiquei assombrada com aquela visão)

É uma pena muito grande e é um acto muito grave quando se opta por destruir; seria de se certificar primeiro se não vale a pena restaurar, reconstruir, reparar, proteger.

Temo que perca mais depressa as minhas memórias desses loucos três anos de secundário porque de cada vez que eu olhava aquelas janelas sujas, as paredes velhas, a tinta gasta, o jardim, em parte, inalterado assaltava-me à memória novas lembranças dando-me a ilusão de viver sempre um dejávu.

A minha esperança, agora, remete-se agora para que saibam, ao menos, construir quaquer coisa com utilidade para todos e não mais um amontoado de blocos de cimento e janelas de vidro - gaiolas autênticas!!

24 setembro 2009

Ainda há pessoas que o merecem

Há momentos na nossa vida em que temos de abdicar de nós mesmos e dos nossos sonhos, dos nossos desejos, das nossas vontades, da nossa vida em função dos outros!

Há momentos que nos exigem isso! A nossa humildade, a nossa compaixão, a nossa solidariedade.

Ainda há pessoas que o merecem.

Normalmente esse chamamento é mais forte quando se trata do nosso sangue.
Não sei porquê mas ouvimos mais a voz nessas circunstâncias, por essas pessoas.

Custa muito abdicar daquilo que queremos quer se trate de algo mais banal como uma saída de amigos à noite até às tantas quer seja algo mais sério como a ida para a faculdade.

"Às pessoas boas acontece coisas boas", consta que "depois da tempestade vem a bonança" então vale a pena o sacrifício. Já o Poeta dizia, ainda eu não passava de uma mera suposição, "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Vale a pena deixar de sair à noite, vale a pena abdicar da faculdade, até que as coisas estejam resolvidas - o que, por norma, num ano tudo retoma o seu lugar. São as acções das pessoas nas tais circunstâncias que fazem delas boas ou más; são essas ditas circunstâncias que nos mostram quem somos e como somos; são essas cirscunstâncias que nos irão (re)compensar no futuro.

Quanto mais doloroso for o presente, mais gratificante será o nosso futuro; é aí que se deve remeter a nossa esperança por dias melhores.
Amélia acorreu à praia.
Descalçou os sapatos na areia molhada, correu directo à água gelada do mar, neste princípio de Outono, dobrou os joelhos... caiu!

Chorava...

Naqueles momentos em que esteve ali, literalmente sozinha, chorou a solidão que sente quando está acompanhada por quem não a conhece nem o tenciona fazer sequer...

Quando levantou a cabeça olhou para o firmamento, aquela linha fina que quase não mostra a divisão entre o mar e o céu, levou as mãos em concha com um pouco da água salgada pela face... fungou... passou novamente as mãos na cara, respirou fundo, levantou-se.

Ainda andou por ali uma quantidade boa de horas...
para trás, para a frente, enterrando os pés na areia, arrastando-os, delineando caminho atrás de si...

Sentou-se na areia mais acima, seca, solta pelo vento... e quando o seu cabelo fino começou a levantar e a baloiçar com os grãos de areia também... sorriu!

Sentiu o aroma que o vento acarta consigo vir de encontro à sua cara marcada pelas lágrimas que vertera até áquele momento e foi-se embora.

Nada daquilo valia a pena, achou-se uma tola e foi para casa sorrindo da idiotice que lhe tomara a alma momentos antes.

22 setembro 2009

"- Bom dia meu Anjo,
minha Flor do Campo!"


disse o Querubim
à flor do jardim...