É um fado vadio,
este trago amargo que trago na boca,
a voz seca,
os lábios gretados.
O encanto desencanta,
o xaile não enconbre e o amor
ah o amor...
esse bêbedo bandido,
vagabundo que só vê o fundo da garrafa
encharca-se nas últimas gotas do vinho que não acaba nunca
e antes de se erguer cai.
Caiu.
A guitarra portuguesa dá os últimos acordes
e a bela ajeita o vestido comprido.
O público está mudo e vazio
e ausente das idéias que o fado quer cantar.
Mas esta noite é outra noite.
É noite de se ouvir cantar o Fado.