O caseiro

Não há nada mais doloroso que ver uma pena no ar a ser forçada a seguir o seu caminho pelas ondas de ar forte dos carros que passam por ela.
É tão graciosa a planar, parece que dança com o vento!

Naquele fim de Maio, os pombos, que arrulham nos troncos centenários dessas árvores ao fundo do quintal, adivinham as tardes soalheiras do verão! Auspiciam bons tempos para que o caseiro prepare com tempo e sabedoria as portadas, já gastas do tempo, para os ventos outonais...

Limpando o suor da cara durante a labuta do trabalho, naquele dia, na lavoura, reparou na graciosidade daquela pena ainda mal formada, ainda com vestígios de penungem, que foi acentar bem em cima do seu nariz! Fitou-a com os dois olhos, equilibrada mesmo na ponta do seu nariz abatatado... mas não se conteve por muito tempo, "Atchiiiiiiimmmm!!", espirrou com uma tal violência das cócegas que a pena lhe fez que verteu uma lágrima no cantinho do olho pequenino e amendoado, doce que nem mel...

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O verão passou quente e amoroso! Quando o outono chegou, bateu à porta a meio da noite, com uma chuvada tão forte, que embora o seu sono fosse naturalmente pesado, naquela noite foi interrompido. Levantou-se, aproximou-se da janela, empoleirou-se em cima de um banquinho, que ali tinha guardado para alcançar as suas lembranças, escondidas bem lá atrás, junto à parede no topo do guarda-vestidos; e os seus olhos brilharam quando colou a sua cara ao vidro, embaciando-o com a respiração quente, ainda do sono, ao ver tamanha beleza - aquela chuva forte e fria abençoada...

Não adivinhava, porém, que iriam ser temos difíceis para si. Nunca se metera em confusões; é o que se chama por aí de uma pessoa pacata. No entanto... um dia... houve um reverso na sua vida

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Tenho uma necessidade crescente de me tornar assídua com este blogue. Sinto que dia após dia criamos laços que não devem ser, nunca, cortados.

Sinto que lhe devo a minha assiduidade diária e que é uma mais-valia para mim! Que no fim quem ganha com tudo isto sou eu.

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Precisava de dizer isto por uma simples razão: hoje quero escrever e não sei bem o quê nem porquê; nunca percebi de onde nasce e porque nasce esta avalanche de palavras que me invade, principalmente à noite, nem esta necessidade que se transforma em realização; à noite principalmente...

... Sinto-me sempre mais receptiva, mais relaxada à noite! É curioso e irónico... dizem que é a Luz que devemos seguir mas é a noite que me fascina e é na noite que sinto aconchego... Serei uma espécie de lobisomem no feminino? E a palavra correcta para isso? Lobimulher?! Não soa bem, pelo menos...

... Vou até casa, baixar as persianas e deitar-me um pouco no aconchego dos lençóis da cama que ficou por fazer esta manhã; procurar conforto para a minha ansiedade e respostas para os meus tabus.

Papoa

As melhores coisas que se fazem;

os melhores momentos que são recordados;
as melhores frases de amor e de dor, também;
no fundo, o que fica gravado na memória é sempre aquele sítio onde a gente corre seja para o bem ou por causa do mal - o mar, a praia, o oceano. Esta foto foi tirada na Papoa, Peniche - Portugal!

Naquele dia, apesar do vento, senti-me verdadeiramente feliz e divertida!

Estava um daqueles dia de sol que auspiciam a verão, um sol fantástico!! Um céu azul, sem nuvens, ainda que tivesse chovido horas antes...

Fui, como de costume, rumo a Peniche ter contigo para te dar mais um beijo, mais um momento de riso e para conhecer o que já me havias prometido: a Papoa.

Mas o melhor do dia foi simplesmente a tua presença física no meu dia, naquela tarde de inícios de julho, de mão dada, face corada e o coração a bater por ti embora tendo-te ali mesmo ao meu lado...

Adoro-te*

Andam aí muitos lobos vestidos com muitas peles de cordeirinhos...

...e muitos cordeiros demasiado corajosos...

Um lobo é um lobo!
Um cordeiro é um cordeiro!
Desde os tempos mais remotos que lobos papam cordeiros;
A vida é mesmo assim: lobos são sorrateiros e os cordeiros uns ingénuos!!
Por todo o lado cada um de nós é cordeiro ou lobo... nunca ambos quando se quer!!

Anda tudo muito alucinado,
muita contorvésia,
nem lá nem cá,
nem sim nem sopas!

Cada um é como cada qual!
Se cada vez que puserdes uma máscara decideis não a tirar, nunca, perdereis a noção de quem sois!
Se não gostais de vós assim, não há ninguém mais que o faça por isso!