11 novembro 2009

"FILHO ÉS, PAI SERÁS."

Vou na rua, longe das ideias, longe dos sentidos, longe de tudo, até de casa!

Passo por uma escola e as vozes dos miudos parecem longínquas embora o meu caminho esteja traçado no meio deles.

Ouve-se um burburinho irritante, sente-se um cheiro nauseabundo, a imagem que o meu cérebro capta é pura degradação: as calças até aos joelhos, os boxers largos - deve ser da insegurança que sentem devido ao tamanho dos seus pénis jovens ainda sem pêlos -, camisolas largas ou demasiado justas a tentar fazer sonhar com os músculos dos braços e os peitos bem definidos que se verão um dia destes; elas, miudinhas sem graça, vestem-se com o último grito da moda sem se olharem ao espelho com os trapos acabadinhos de comprar.

Uma velhota passa, de costas corcundas, lenço na cabeça, saia até às canelas, casaco sobre as costas de uma lã mais velha que ela e já rota, as mãos cansadas amparam-se na bengala, a cara marcada de rugas, o andar pesado; a linguagem obscena e ofensiva dos adolescentes, que se deixam ficar por ali a marcar ponto das aulas de geografia ou português ou moral ou qualquer outra, desde que esteja estipulada para aquela hora em que não lhes apetece nada ouvir uma cota a falar, a falar de coisas que não lhes interessam, aumenta acompanhando a aproximação da velhota.

Solta-se uma gargalhada, a galhofa é promíscua e vergonhosa, a velhota passa e deixa sair um resmungo entre dentes, amaldiçoando esta juventude sem futuro; reza para os que netos não sejam iguais. A "malta nova" goza...



Que é feito dos valores morais?
Que se passa com esta juventude que não respeita nada nem ninguém?
Onde estãos os pais que não os educam como foram educados na sua criação?

"FILHO ÉS, PAI SERÁS."

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