12 fevereiro 2010

Tenho as raízes do avesso

As minhas raízes estão viradas do avesso. Não sei como isso aconteceu, nem quando, nem bem ao certo porquê!
Mas quando me olho ao espelho vejo tudo invertido, parece mais divertido assim.
Nunca consegui fazer o pino. Pensei que... se conseguisse talvez tudo fizesse sentido ou qualquer coisa parecida mas... não! Não consigo...
Vendo, assim, está tudo tão longe, sem orientação nenhuma, sem eira nem beira; que é do Norte? Que é do Sul?
A rosa que tenho ao peito, que nem as vaidosas das galegas, podia muito bem ser a Rosa-dos-Ventos mas está desfolhada e murcha e meio apagada...
Tenho lágrimas a cair da cara, pode ser que uma delas saceie a sede dessas pétalas, outrora tão belas, agora tão...
Já não tenho memórias de quem era, tantos são os espinhos que vêm cravados todos os dias, e o que guardo de dias como hoje são feridas profundas no fundo da minha alma.
Só o aconchego desses lençois me adoça o espírito e me dá algum alento para continuar e dormir o sono abençoado dos guerreiros e das virgens.