Amélia acorreu à praia.
Descalçou os sapatos na areia molhada, correu directo à água gelada do mar, neste princípio de Outono, dobrou os joelhos... caiu!
Chorava...
Naqueles momentos em que esteve ali, literalmente sozinha, chorou a solidão que sente quando está acompanhada por quem não a conhece nem o tenciona fazer sequer...
Quando levantou a cabeça olhou para o firmamento, aquela linha fina que quase não mostra a divisão entre o mar e o céu, levou as mãos em concha com um pouco da água salgada pela face... fungou... passou novamente as mãos na cara, respirou fundo, levantou-se.
Ainda andou por ali uma quantidade boa de horas...
para trás, para a frente, enterrando os pés na areia, arrastando-os, delineando caminho atrás de si...
Sentou-se na areia mais acima, seca, solta pelo vento... e quando o seu cabelo fino começou a levantar e a baloiçar com os grãos de areia também... sorriu!
Sentiu o aroma que o vento acarta consigo vir de encontro à sua cara marcada pelas lágrimas que vertera até áquele momento e foi-se embora.
Nada daquilo valia a pena, achou-se uma tola e foi para casa sorrindo da idiotice que lhe tomara a alma momentos antes.
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