25 setembro 2009

Escola Secundária da Lourinhã

Há coisas que custam muito.
Uma delas é vermos destruído um edifício que nos traz à memória boas e grandes recordações.
Quando ontem, ao virar da esquina, me deparei com a falta de um volume que era suposto ali estar, foi um choque quando me apercebi de que se tratava do Bloco A da Escola Secundária...
Vi por momentos as lágrimas, os risos, as piadas, as experiências, todas ali de uma só vez, desfeitas nos destroços desse edifício entre cimento e tijolo, bocados de tinta lascados soltos no chão e uma poeira no ar, não sei se a abençoar, se a assombrar... (eu pelo menos fiquei assombrada com aquela visão)

É uma pena muito grande e é um acto muito grave quando se opta por destruir; seria de se certificar primeiro se não vale a pena restaurar, reconstruir, reparar, proteger.

Temo que perca mais depressa as minhas memórias desses loucos três anos de secundário porque de cada vez que eu olhava aquelas janelas sujas, as paredes velhas, a tinta gasta, o jardim, em parte, inalterado assaltava-me à memória novas lembranças dando-me a ilusão de viver sempre um dejávu.

A minha esperança, agora, remete-se agora para que saibam, ao menos, construir quaquer coisa com utilidade para todos e não mais um amontoado de blocos de cimento e janelas de vidro - gaiolas autênticas!!

2 comentários:

Vania disse...

apoiada a 100%. Também tive um aperto no coração depois de ver a antiga Escola Secundária parcialmente destruída...

Ana R. disse...

tudo é efémero....

Fica na memória daqueles que por lá passaram os sentimentos que lá viveram...

Os meus foram sem dúvida bons, de tal modo que sinto-me feliz por termos acabado a nossa fase de secundário no mesmo ano em que a escola fechou, de alguma forma ficaram ali, para sempre naquele espaço, os sentimentos, as memórias e as experiencias vividas!!

Parecia um espaço tão inóspito, tão pouco característico de escola quando lá andávamos que só depois de lá sairmos é que nos apercebemos de como era ….. tão "nosso". E é isso que nos faz não esquecer!

Parece-me que nós, turma de artes, o vivemos como poucos… entregamo-nos aquele espaço como poucos, fizemos daquele o nosso espaço como poucos.
Na minha memória ficará para sempre o cheio quase insuportável a tinta de óleo (quase que andávamos marcados) as exposições (especialmente a do pavilhão) e sim o Filme….;)

E é agora nesse momento fugaz em que vemos que já não há mais o espaço físico destas recordações, que temos consciência do quanto importante foi aquele pedaço de planeta nós, nos nossos anos de formação para ser gente!