Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Pessoa, Fernando
Cartas de Amor...
Quando se falam nelas lembra-me sempre aquela música tão antiga, tão portuguesa, de Tony de Matos "Cartas de amor/Quem as não tem/Cartas de amor(....)"...
E ridículas ou não, meu caro poeta, todos - homens e mulheres - gostamos de as ler, de as receber e sonhar com elas também...
Recorda-me as que já recebi, os amores que já vivi e as cartas que quero ainda receber; a primeira que recebi e o que lá dizia numa letra delicada, com um leve aroma que ainda hoje tem... ah!... a primeira carta de amor...
O amor não nos molda!
Constrói-nos!
Faz-nos ser quem somos!
Mostrar a verdadeira essência que há dentro de nós!
E como não há melhor maneira de acabar esta redacção que fala de amor e sem muito mais para dizer: Amo-te*
2 comentários:
lô tânia :)
obrigado pelas bonitas palavras que me dedicaste no blog... sinto-me feliz por saber o que sentes :) obrigado por isso...
andamos 'desaparecidos', mas a essência da amizade mantém-se, torna-se mais forte... um encontro estará para breve :)
obrigado, boa amiga...
é bom ler-te em blog... estou aqui a partir de agora :)
um beijo,
rúben
Adoro este poema de Pessoa - sempre adorei!
Cartas de amor... o que mais nos faz sonhar?
Palavras sábias as tuas!
Deve ser da tua idade ( =experiência)
Ahahaha
ps: Nao! não te estou a chamar de velha xD
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