Velha, velha, velha
de trajes negros e pitó ao alto,
a pele velha,
o olhar profundo.
Eu mostro-te as palmas das mãos
e tu negas dizer-me o destino
que o menino Jesus traçou para mim.
Eu olho-te nos olhos,
cheios do brilho antigo
do alecrim aos molhos
que te deu o teu amor-amigo,
e o teu amor-próprio ferido
não te deixa ver mais nada,
velha.
Velha, velha, velha
de trajes negros e pitó ao alto,
a pele velha,
o olhar profundo,
negro como o fundo do mar.
que vês tu, velha?
Sem comentários:
Enviar um comentário